Moradora de Belford Roxo é Vítima de racismo em mercado recebe apoio

BELFORD ROXO - A atendente chamada de ‘macaca’ por um cliente no supermercado Mundial, na Tijuca, recebeu o apoio da Comissão de Igualdade Racial, vinculada à OAB/RJ. “Vou aceitar a ajuda, sim! A ficha ainda não caiu. Tive pesadelos a noite toda e fui acordada pela minha filha, de 11 anos. Vi que o jogador do Barcelona (Daniel Alves) sofreu com racismo no meio do jogo, mas nunca pensei que que passaria por isso”, afirmou Michelle da Silva, de 34 anos, moradora de Belford Roxo. Ela foi agredida verbalmente depois de se confundir com o pedido do cliente.

Testemunhas afirmaram que nenhum profissional do supermercado acompanhou a vítima até a delegacia local (18ª DP). Procuradas, a gerência do estabelecimento na Rua do Matoso e a assessoria do Mundial afirmaram que cumpriram o dever ao acionar a PM. A empresa ainda não ofereceu apoio jurídico ou psicológico à Michelle. Roberto Grinspun, de 65 anos, foi liberado após pagar fiança de R$ 1.000 e responderá em liberdade por injúria qualificada. Ele pode ser condenado a até três anos de prisão.


Vítima não ia denunciar 

Chocada e chorando muito após a ofensa de teor racista, a atendente Michele da Silva dos Santos ficou sem reação. De acordo com clientes que estavam na fila do setor de frios do supermercado, as próprias testemunhas tiveram que incentivar a vítima a prestar queixa na delegacia.
"Ela estava atordoada. Tivemos que reforçar que era preciso que a denúncia fosse feita", disse Glaucia Torres, uma das clientes que aceitaram ser arroladas como testemunha.
Se for condenado, Grinspun pode pegar até três anos de prisão. Mas o fato de já ser idoso torna improvável que o aposentado chegue a ir para o xadrez.

Entenda o caso

O que seria apenas um dia de trabalho comum se transformou em uma jornada de dor para Michele da Silva dos Santos, de 36 anos, moradora de Belford Roxo e atendente do supermercado Mundial, na Praça da Bandeira, na Tijuca, Zona Norte. Ela foi chamada de "macaca", após se confundir com o pedido de um cliente, na manhã da última quinta-feira. 

Morador do bairro, o aposentado Roberto Grins-pun, 65, foi preso em flagrante depois que testemunhas acionaram a PM.
O crime de injúria qualificada, quando a ofensa envolve conteúdo racista, ocorreu na Rua do Matoso, a menos de dois quilômetros do Maracanã, que já atrai turistas de todo o planeta que vieram para a Copa do Mundo. 

"É um absurdo que esse tipo de coisa ainda aconteça. Depois que o homem recebeu o queijo que tinha pedido, xingou a atendente. Ela ficou desnorteada. Começou a chorar e a ficar falando consigo mesma. Eu pedi que ele se retratasse, mas ele continuou a fazer compras normalmente, como se nada tivesse acontecido", conta a comissária de bordo Glaucia Torres, 52. Ela diz que a atitude racista também revoltou outros clientes. "Mesmo assim, o gerente do supermercado e os seguranças pareciam não acreditar na denúncia que estávamos fazendo. Tivemos que insistir para que eles chamassem a polí
cia e abordasse o homem que ofendeu a atendente". 

"A atendente ficou desnorteada. Eu pedi que ele se retratasse, mas ele continuou a fazer compras normalmente"

Grinspun foi levado para a delegacia da Praça da Bandeira (18^DP), de onde foi liberado após familiares pagarem fiança de R$ 1.000.
"Ele confessou que chamou a atendente de macaca e se disse arrependido. O crime de injúria qualificada é passível de fiança e, por isso, Grinspun foi liberado por volta das 18h, depois que familiares pagaram o valor exigido", informou o delegado Fábio Barucke, titular da 18 DP. 
Via O Dia


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